Escrevendo o Futuro










Os alunos do 8º e 9º anos,participaram da Olímpíada de Língua Portuguesa:Escrevendo o Futuro ,com os gêneros textuais Crônicas e Memórias ,cujos temas são a vida cotidiana em foco para crônicas, e o lugar onde vivo,para memórias.As produções dos alunos passaram por um jurí formado por três professores e uma mãe. Os textos escolhidos para serem enviados foram:
                                   

A diferença sempre é notada                                 
Aluna: Joyce de Almeida Arruda

   Semana agitada, todos os dias às 05h30min da manhã é a mesma coisa, ônibus lotado, congestionamentos e pessoas com rotinas diferentes, mas que sempre encontro no ônibus. Vou de ônibus para a Escola de Dança de São Paulo, que se localiza no Vale do Anhangabaú da minha cidade. Na ida eu nunca consigo ir sentada e quando sento parece que pessoas idosas vem logo em minha direção, ficam me olhando como se  eu  estivesse sentada em lugar reservado. Então eu me levanto e fico em pé esperando outro lugar vago.
   No metrô já é diferente, às vezes consigo ir sentada, mas finjo que estou dormindo para que ninguém me incomode. Sei que esta atitude é incorreta, mas às vezes passo mal no metrô lotado, cheio de pessoas que nos machucam nos empurrando e, além disso, é abafado, desconfortável e sem ventilação e a única escolha que tenho é aproveitar para descansar enquanto uma pessoa grávida, idosa, com criança de colo ou pessoa com deficiências apareça por lá.
   Nesses tipos de locomoção há pessoas diferentes, e há sempre aquelas que vemos ao longo da semana. Há várias classes de pessoas, aquelas que sempre  estão dormindo, outras que estão emburradas com seu cotidiano, as que sempre falam alto e estão cheias de novidades, fofocas e críticas.
   Mas ao longo dessa minha trajetória nos ônibus, tem um tipo de pessoa que me chama mais atenção, é uma mulher que sempre aparece com namorados diferentes  e eu sempre fico impressionada com esse tipo de atitude, acho que ela deveria ter mais respeito com ela mesma e se valorizar. Não sei o que se passa na vida dela e não cabe a mim julgá-la. Cada um faz o que quer de sua vida, cada um tem atitudes e opiniões diferentes, o que eu espero é que todos entendam e se respeitem.Isso acontece debaixo dos meus olhos e justamente no lugar onde vivo, que eu adoro desde que nasci, pois o lugar em que eu vivo pode ser qualquer lugar, todos os lugares que eu passo a maior parte do meu tempo.O lugar onde vivo é formado por pessoas diferentes e com costumes diferentes, e é isso que o torna tão especial. Aceitar as pessoas como elas são é essencial.
   Nosso lar, nosso aconchego e nossa casa é o refúgio de muitos. Minha vizinhança é unida transformando minha rua na mais bonita, não pela beleza, mas sim pelo caráter de todos, com lembranças e esperanças de que a nova vizinhança que sempre chega, mantenha sempre essa união e essa essência.
   Eu cresci, vivi, refleti e aprendi que ao decorrer da minha vida o essencial é aceitar as coisas como elas são, aliás, cada um tem a sua história.                                                    

 Professora: Viviane Rodrigues Alves Francisco
Escola: E.E. Padre Antão – Cidade: São Paulo - S


  
A Vida em Jaguaribe... Jaquaribara              
Aluno: Leonardo Alves Rego

   Minha mãe nasceu em Jaquaribara, lá ela era a mais velha de oito irmãos e irmãs. Um rio chamado Jaguaribe cortava a pequena cidade do Ceará, dando renda para muitas famílias e diversão para muitas crianças como minha mãe.
   Ela lembra  que ela e os irmãos iam sempre ao rio com  mãe, que  lavava a roupa e dava banho nas crianças.Isso mas sempre acabava em festa: muitas brincadeiras e também muitas broncas  por ficarem bagunçando no rio.Era um momento de lazer em família e era  o que ela mais gostava de fazer na sua cidade.
   Mamãe gostava muito de morar lá, mas aos seus sete anos de vida,toda a família teve que se mudar, por causa da construção de uma barragem ,a qual infelizmente, inundou sua antiga cidade. Toda a família foi para a cidade vizinha que levava o nome do mesmo rio que atravessava sua outra cidade, Jaguaribe. As duas cidades eram atravessadas pelo rio, ou seja, mesmo em outra cidade, ela e seus irmãos e irmãs tinham o rio para brincar e se divertir.
   Lá, como em sua antiga cidade, sua casa era enorme: com dois  quartos muito grandes e uma sala maior ainda, ela lembra das noites de sono em uma rede, assim como seus irmãos todos dormiam em redes, ela adorava.
    Sua  nova escola, para sorte dela, não era muito longe, mas também não era do lado de casa, ela gostava muito de ir  às aulas e falar com todos os seus amigos. Minha mãe lembra que a diversão dela não era apenas por conta do rio, ela e seus irmãos e irmãs adoravam ficar na rua brincando de ciranda, cirandinha, pega-pega, esconde-esconde e etc. Eles se divertiam muito brincando, correndo e gritando na rua.
   O rio para sorte de toda a cidade nunca deu problemas, nunca inundou casas ou trouxe doenças pelas suas águas.
   A vida lá era difícil, a renda deles era apenas do trabalho de pedreiro, que era o emprego de seu pai, e ainda nem sempre apenas o dinheiro ganhado por seu pai bastava, eles ainda plantavam feijão entre outras plantas para vender e ajudar seu pai que por conta do trabalho passava pouco tempo em casa. Para conseguir ajudar, ela e seus irmãos ficavam observando seu avô pescando no grande rio Jaguaribe, e assim aprenderam a pescar também para ajudar nas economias da casa.
   Justamente por ser a mais velha, minha mãe era a responsável em ajudar sua mãe a cuidar da casa e ajudar a cuidar de seus sete irmãos mais novos, e não demoraria muito para que um de seus irmãos homens começasse a trabalhar.
   Mas tudo isso, este sofrimento que eles passavam valia a pena, pois nas férias a família inteira ia para a grande fazenda de seu avô, onde ela gostava muito de andar a cavalo e a plantar árvores frutíferas com ele. Algo que ela nunca vai esquecer é a plantação de mandioca que era colhida à noite.Colocavam a farinha da mandioca num grande silo, onde ela e seus irmãos e irmãs, sua mãe e seu pai, seu avô e sua avó, seus tios e tias ficavam contando muitas piadas, rindo, brincando e tentando  assustar  uns aos outros com grandes histórias de terror e  atormentando durante  toda a noiteÉ claro que tudo isso acontecia com apenas  uma pequena luz vinda de um lampião,além da  luz do luar que entrava pela janela.
Hoje em dia, ela tem muitas saudades do lugar em que morou, já que se mudou para São Paulo aos 18 anos e já faz 15 anos que ela não vai visitar seus pais.A grande curiosidade dela é se seu grande rio continua limpo, cheio e marcando a vida de muitas pessoas, assim como marcou a dela e de sua família inteira.
                                
   (Texto baseado na entrevista feita com a Sra. Maria Evanusia Alves do Rego, 42 anos)



                                                                                           Professora: Viviane Rodrigues Alves Francisco
                                                                                   Escola: E.E. Padre Antão – Cidade: São Paulo - SP       



  Parabéns queridos!Que tal publicarem  textos opinando sobre os livros que estão lendo?Vamos lá?














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